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11 dezembro 2016

Eu já esperava...

...só não sabia a data certa da chegada
da minha prenda de Natal...
Chegou há dias e bem bonita.
Deus te pague, António Salvado.
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O Poeta António Salvado...

...e o seu último livro publicado
Esta é a minha prenda de Natal
Na capa, uma imagem "Sem título" 
do pintor Raúl Costa Camelo (1924/2008),
antigo aluno do Liceu de Castelo Branco.
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... com uma dedicatória sempre a relembrar uma Amizade firme que vem de muito longe.


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Escolhi dois poemas dos "Poemas escolhidos", para ilustrar o meu apontamento de hoje.

Um que escreveste em 2011, no teu "Repor a luz", quando uma "chama apaixonada fulgia com faúlhas ardentes" que caiam sobre um qualquer amor que desejaste...

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Um outro, que escreveste há mais tempo, em 1982, publicado em "Interior à luz" e nos recorda "os brinquedos deixados na saudade"... que nos levam a recordar os nossos tempos de escola, nos anos 40, em Albi Castrum.

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Infância
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Do coração se nutrem as ruínas.
Os brinquedos deixados na saudade:
bonecos desenhados na parede
da ternura e nas pétalas do riso.
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A ressurgida voz emudecida
que falava das fadas e do medo:
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O sussurro murmúrio do jardim,
semeador: memória de pureza.
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Do coração se nutre a velha casa.
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in."Interior à luz" (1982)
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NB - Obrigado, António Salvado, pela bela prenda de Natal, com os desejos de umas festas felizes e um práximo ano de 2017 cheio de novos e belos poemas. Já me estou a fazer à prenda do ano que vem... Oxalá, assim seja!...
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NB - Numa "Nota do Editor" subscrita por Margarida Gil dos Reis podemos ler que 
a presente antologia reúne mais de 100 poemas de António Salvado publicados entre 1955 e 2016. Os textos aqui presentes resultam de uma primeira selecção feita pelo autor e são representativos da sua fecunda produção poética.
(...) Nesta antologia, fica bem presente a riqueza da obra de António Salvado e a constelação de temas e imagens que, com o passar dos anos, se foram multiplicando e cruzando, com um efeito quase caleidoscópico.
Esta antologia pretende assim retratar, mesmo que parcialmente, este rigoroso ofício de palavras de alguém que regressa sempre ao poema, como à casa.

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