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02 outubro 2016

Uma Carta à Directora...

...escrita por
Santana-Maia Leonardo
e publicada esta manhã
também no Público.
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Dr.António Santana-Maia Leonardo
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"Há um ditado japonês de que eu gosto muito porque transcreve uma evidência da qual depende o sucesso das nações, sociedades e associações: “Quando duas pessoas pensam da mesma maneira, uma é dispensável.” E o que se constata em Portugal é que, salvo raras excepções, quase toda a gente é dispensável na medida em que a esmagadora maioria pensa como o seu chefe, ou melhor, nem sequer pensa: limita-se a reproduzir, como um papagaio, o que diz o chefe.
E os chefes portugueses, cientes da sua mediocridade e da sua incompetência, odeiam pessoas inteligentes. É assim nos partidos, nas associações, nas repartições, nas escolas, nas famílias… Desde o berço, há todo um esforço da sociedade portuguesa na formatação do pensamento único, para que ninguém ouse dizer, em voz alta, aquilo que todos vêem: o Rei vai nu.
Como dizia Bertrand Russell,o problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas, e as pessoas idiotas estão cheias de certezas.” É, por isso, absolutamente natural que os nossos chefes, cheios de certezas, tenham horror às pessoas inteligentes."

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NB - Filho do Dr. José Tomás Mendes Leonardo, então Secretário do Governo Civil de Setúbal, António Santana-Maia Leonardo aqui nasceu, em Outubro de 1958, e aqui iniciou os seus estudos. É licenciado em Direito e Línguas e Literaturas Modernas - variante de Estudos Portugueses e Franceses, e foi professor do ensino secundário, desde 1981 a 2006.
Actualmente é advogado e exerce a profissão em Abrantes e Ponte de Sôr. Recentemente tomou a defesa do jovem Ruben Cavaco, brutalmente agredido pelos filhos do embaixador do Iraque, em Lisboa.

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