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02 novembro 2013

O Jardim Vermelho da Bia .

Beatriz Quintella pôs palhaços a divertir crianças hospitalizadas.
Em 2002, criou a Operação Nariz Vermelho – PNV – que conta com 22 doutores-palhaços que visitam 13 hospitais.
Hoje, dois meses depois da sua morte, é inaugurado o Jardim da Bia, no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa.
Uma homenagem à “Dr.ª da Graça: meio médica, meio palhaça”.
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 Beatriz Quintella
a Dr.ª da Graça
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(…) Quando a Operação Nariz Vermelho contava ainda só com três doutores-palhaços e ia formando outros três, Bia disse ao “Público”:
“Fazemos parte da equipa de cura da criança. Para além do médico, do psicólogo ou do enfermeiro, a presença do palhaço é essencial.” E acrescentou:Os hospitais são lugares que provocam muito medo às crianças. Medo da dor, da doença, das máquinas, medo de não ter futuro. Além disso, as pessoas que contactam com as crianças, como enfermeiros e médicos, também têm medo. Medo de não ter tempo, medo de não serem perfeitos.”
Estávamos em 2003 e já nessa altura a formação artística em artes preformativas e a longa experiência de voluntariado, enquanto Dr.ª da Graça, permitiam-lhe concluir que “o palhaço não tem medo do erro, é vulnerável e imperfeito nos gestos e nos pensamentos”.
Cecília Galvão, então psicóloga do Hospital Dona Estefânia, lembrava que "a primeira forma de comunicação humana é o sorriso.
Com experiência de contacto diário com crianças em internamento, sabia não ser nada fácil fazer sorrir ou rir uma criança nestas condições”. E dizia:”Os palhaços da ONV sabem meter-se com estes meninos e meninas sem que eles se sintam ameaçados.
A artista inspirou-se no projecto do palhaço norte-americano Michael Ctistensen para criar a operação Nariz Vermelho. E é dele a resposta que passou a dar sempre que lhe diziam:”Lugar de palhaço não é no hospital.” Era esta:”Lugar de criança também não.”
A algazarra que Beatriz Quintella levava para as enfermarias pediátricas vai continuar. Assim ficou escrito pela ONV depois de a “Dr.ª da Graça, meio médica meio palhaça” ter morrido: “O seu amor pelas criança hospitalizada viverá sempre enquanto existirem doutores-palhaços no hospital. Da mesma forma que o seu coração ficará sempre nos nossos, porque estaremos para sempre ligados pela ternura do seu nariz.” Vermelho.
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Cfr. Rita Pimenta
In.”Público”
02 Nov 2013 
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Beatriz Quintella morreu de cancro, há dois meses. 
E é muito bonita a ideia que esteve na origem da homenagem que hoje lhe fazem...

1 comentário:

Olímpio Matos disse...

Por ter feito rir crianças doentes, está, com certeza, " à direita do PAI".
E está EM PAZ.
OMMatos