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26 julho 2009

Quem morava em Castelo Branco...

Rua João Carlos d’Abrunhosa
Antiga rua da Ferradura
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Tenho uma simpatia enorme por esta rua. Nela vivi quinze anos, aqueles que vão desde 1945, quando entrei no Liceu, até 1960 quando os meus Pais resolveram mudar para uma casa mais ampla e com outras condições. Coincidiu também com o início da minha carreira em Setúbal…
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Assisti às grandes transformações que ali se operaram, em finais dos anos quarenta, desde a construção do solar da D. Alda de Sousa até à abertura da rua da Páqueixada (rua de El Rei D.Diniz) que passou a ligá-la ao Passeio e à zona dos Cafés sem sermos “obrigados” a entrar na “tasca dos notários” para depois atravessarmos umas quelhas imundas que nos deixavam ao pé da Casa Vilela e onde existiam as mal-cheirosas “retretes da Capela” (?).
Uma placa toponímica actual, no cunhal da casa que foi
residência da família do Dr.Alberto Trindade.

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A rua João Carlos de Abrunhosa começa (de Sul para Norte) junto às traseiras do antigo Mercado (espaço hoje ocupado pelo edifício do Tribunal), ou seja, na rua Mousinho Magro e termina na rua do Pina, junto da Torre do Relógio.
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nº1 – r/c
Voltados para Norte, com a Torre do Relógio ao fundo, deparávamos à nossa esquerda com a casa do Sr. Sá, velho comerciante que era também o agente do jornal “Século”, em Castelo Branco.

Esta foto obtida em 15.03.2001, mostra a porta principal do estabelecimento do Sr, Sá e o 1ºandar onde a família residia

nº1 – 1º andar
Era a residência da família Sá, constituída pela esposa e uma filha que veio a casar com o Sr. Vasco de Sá o qual, se bem me lembro, continuou a gerir a loja do sogro e foi sócio e director do Clube de Castelo Branco


A Torre do Relógio vista a partir do início da rua.

nº2 – r/c
Em frente do Sr. Sá, ficava a loja “Casa Africana” com artigos de vestuário, de Homem e Senhora, de alto nível e preços a condizer…

A rua João Carlos d’Abrunhosa em 1946/47(?)
Construção do Solar da D.Alda de Sousa e abertura da rua da Pàqueixada.
No 1ºplano, à direita, a residência do Dr. Alberto Trindade com a Casa Africana no rés-do-chão.

nº4 – 1º e 2º andares
Aqui morou durante bastantes anos, o médico cirurgião e político, Dr. Alberto Trindade e sua esposa Dr.ª Maria Cândida Trindade, médica também, com os filhos Teresinha Trindade e Tó Trindade, um pouco mais novo que a irmã.

O Dr.Alberto Trindade e DrªCândida, no dia da inauguração da sua Casa de Saúde. À esquerda, o Secretário de Estado e o Sr. Paiva Morão.

A Teresinha Trindade em férias na Figueira da Foz (22.08.1952)
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A Teresa Trindade no Livro de Curso do Liceu.(1955/56)

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nº6 – r/c
Era a “Tasca dos Cachopos”. Penso não estar errado se afirmar que foram os descendentes” dos proprietários deste estabelecimento que abriram, muitos anos mais tarde, o actual “Restaurante Zé dos Cachopos” que tão bem serve os “interesses gastronómicos” da Cidade.

Se bem me recordo, a porta à direita já pertencia à “tasca do Cachopos” e no r/chão, a seguir, era a oficina do latoeiro Senhor Serrasqueiro.
Por cima desta última vivia a família do Sr.João Carqueja, o senhorio do meu Pai, com a esposa, o cunhado Manuel e o filho Francisco. O nosso particular amigo Chico Carqueja, estudava em Coimbra por essa altura, mas é ele que ainda vive actualmente nesta casa.

nº7 – r/c
Quase em frente aos “Cachopos” havia uma barbearia que possuía já um rádio!... Era ali, à sua porta, que às 20h se juntava um magote de homens preocupados e atentos, desejosos de ouvir as notícias da guerra na Europa que se aproximava do fim… As “lutas” entre anglófilos e germanófilos começavam a inclinar-se para os primeiros…

nº10 – r/c
Se bem me recordo funcionava ali uma “oficina de latoaria” cujo proprietário era o Sr. Serrasqueiro, que era pai do Jornalista da Reconquista que conheço desde essa altura. Também o Sr. Serrasqueiro tinha uma boa freguesia de miúdos que adoravam vê-lo trabalhar com desenvoltura, aquelas chapas de lata de onde surgiam aos poucos belas bilhas para azeite, funis de vários tamanhos, tachos, panelas e os mais variados objectos da sua arte…

José Mendes Serrasqueiro era o filho do latoeiro artista que referimos há pouco e fazia parte do grupo de miudos que por ali brincava. Reside actualmente em Vila Velha de Ródão, é jornalista correspondente da Reconquista e aparece aqui conversando com o então Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Dr.José Moura Nunes da Cruz e com o Eng. Olímpio Matos (foto em 03.06.2006)

nº10 – 1º e 2º andar
Vivia a família Carqueja com o “patriarca” João, a mulher e o filho Francisco, nessa altura estudante já fora de Castelo Branco. Havia ainda o cunhado Manuel que o ajudava nas lides da loja “A Competidora”, no outro lado da rua…

nº15 – 17 - r/c Aqui se
situava a tasca do Sr. Joaquim Carloto, mas nós, miúdos, chamámos-lhe a “taberna do Amândio”, um amigo da nossa idade que era neto (?) do proprietário. No 1ºandar deste prédio, com entrada pela travessa da Ferradura, viviam todos os familiares ligados ao estabelecimento, nomeadamente o Valdemar (primo do Amândio) e sua irmã, a Maria Amândia Rodrigues Lourenço, nossa colega mais nova (Sétimo ano em 1955/56) como aluna do Liceu.
Ainda lá conheci, em 1945/46, como hospedes, o meu colega na turma D, do 1ºano, Jorge Araújo e a irmã, antes de terem partido para Angola.
O Amândio era um rapaz muito gago que batia com o pé no chão à medida que tentava proferir as palavras… que não saíam tão rápido quanto ele desejava. Esteve depois empregado na Papelaria Semedo, na rua do Relógio (actual rua do Pina) e emigrou para o Brasil onde viveu uma vida inteira… Um bom amigo de infância que não vejo desde essa época.
Hoje o tasco está transformado em Sapataria e, no 1ºandar, onde eles viviam todos, existe agora um escritório (de advogado?).
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O "larguinho" da rua da Ferradura onde se podia jogar à bola
e jogar ao "berlinde" sem o estorvo do estacionamento...
Naquela altura quem é que tinha automóveis?!...
Era aqui a "tasca do Joaquim Carloto"... agora uma sapataria


.. A Maria Amândia, irmã do Valdemar

O Jorge Araújo, o António Garcia Ribeiro e o Valdemar
numa fotografia recente (Romagem em 27.05.2005)

nº18 – r/c e 1ºandar
É o Solar da Dona Alda de Sousa que foi casada com o Dr. Osório Vaz, advogado com banca em Viseu, antigo cantador de baladas de Coimbra e que chegou a ser Governador Civil de Lisboa nos últimos tempos de Salazar.
Assisti a toda a construção desta moradia que foi iniciada alguns anos depois de 1945.

Solar da D.Alda de Sousa e do marido Dr.António Osório Vaz, um magistrado que chegou a ser Governador Civil de Lisboa. Quando jovem estudante foi uma das mais famosas vozes que cantaram em Coimbra.

Caricatura de António Osório Vaz, no Livro da
“Queima das Fitas dos Quartanistas da Faculdade de Direito”
de Coimbra – 1934/35

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Nesta foto de 15.03.2001, vemos os prédios com os números
19, 25, 31 e 37

nº19 – 1ºandar
Residência da Família Pardal (irmão do Dr. Ulisses?) com um casal de filhos, uns anos bem mais velhos do que nós.

Nº21-23 – r/c
Loja do Pardal, que se dedicava à venda de produtos vegetais em larga escala e a tudo o que se referisse às lides da agricultura, fossem máquinas agrícolas, fossem adubos necessários ao desenvolvimento das plantas. Creio que eram os agentes da Sapec e vendiam adubos para tudo o que era quinta produtora. Sacos de borda aberta que se mantinham em pé, cheios de vários produtos agrícolas como centeio e milho para vender como rações para animais e até sacos de alfarroba de que nós tanto gostávamos também...
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A residência da família Matos

nº25 – 1º e 2º andares
Era a casa onde vivíamos… Onde vivemos 15 anos.
Os quartos de dormir eram no 1ºandar onde também aqui havia a sala de espera para que as clientes da modista Maria Mendes de Matos, pudessem aguardar a hora da prova dos vestidos. Era nesta sala, com varanda no 1ºandar, que existiam, pendurados nas paredes, duas fotografias, uma minha e outra do meu irmão, miúdos ainda com menos de um ano, ambos quase em pelota e que davam margem a piadas sacaninhas que fomos ouvindo através dos tempos… (Lembras-te delas, Zezinha?!!!...)

Os meus pais em 1944

Eu e o meu irmão Olímpio em1944 (?)

O Olímpio agora...

... e eu, a soprar na idade, há bem pouco tempo.

No 2ºandar havia uma sala grande onde chegaram a caber umas 15/16 costureiras e aprendizas. Também a cozinha e a sala de jantar ali se situavam. Havia, e há ainda, uma varanda que, naquela altura, albergava uns quantos vasos com flores… Num deles cresceu uma oliveira que o meu Pai nunca quis cortar… Não sei o que foi feito dela mas, o Rafael Gamas ainda hoje me pergunta, a cada vez que está comigo, pela “oliveirinha” da minha varanda!

Era aqui a casa do vizinho Louro alfaiate.
Agora modificada no r/c e com um piso a mais, que então não tinha.

nº31 – 1ºandar
Residência da Família do Sr. Louro, alfaiate. Aqui vivia uma família numerosa pois além do casal Louro, havia dois filhos (os mais velhos?): O Maximiano e o Necas, já homens feitos. As mulheres desta família eram muitas e todas elas simpáticas e cheias de vida. A mais velha, Isaura, aprendeu costura com a minha Mãe, casou uns anos mais tarde e foi residir em Angola com o marida que se dedicava à ourivesaria, A seguir ao 25/4 regressaram à pressa, via Brasil, tendo mais tarde montado uma ourivesaria na baixa lisboeta, na rua De Santa Justa;
A Maria da Conceição e a Maria do Céu casaram em Castelo Branco e por lá se mantêm ainda; já das mais novas, a Alda e a Maria Alice, perdi o rasto por completo, muito embora saiba que esta última se licenciou e exerce em Lisboa (?).

nº33 – r/c
Era aqui, no rés-do-chão do prédio que o Sr. Louro tinha a alfaiataria. Como funcionárias ajudantes passaram por esta casa todos os filhos e filhas do casal Louro. Por mais ou menos tempo… todos os filhos/as ali “assinaram o ponto”.
Este edifício onde moraram os Louros tinha, naquela época, apenas o rés-do-chão e o 1ºandar. O actual 2º andar é já uma “modernice” mais tardia…

A casa das Senhoras Trigueiros

nº37 – 1º e 2º andar
Nesta casa moravam as “Senhoras Trigueiros”, mulheres já com alguma idade que eram Filhas do Senhor Capitão Trigueiros, uma velha glória da Grande Guerra em França. Ainda o conheci mas já com bastante idade. Uma das suas três filhas, a D.Maria José, era cega e dava em casa, lições de piano. Muito dadas à Igreja, onde tocavam e cantavam nas cerimónias, após a morte do Velho Capitão, passaram a alugar quartos a jovens estudantes do nosso Liceu. Lembro alguns deles, como o Adrião Baleiras, o Martinho de Cardigos, o José da Cunha Simões que mais tarde apareceu como Deputado, na Assembleia da República, a defender as cores do CDS e um quarto, estudante de Vila Velha de Ródão, filho do Dr. Pinto Cardoso que foi médico (?) e Presidente da Câmara daquele Município, o António Morgado Pinto Cardoso que foi DElegado do Instituto Nacional do Trabalho e é um advogado ilustre que vive em Setúbal há já muitos anos.

O Cunha Simões à direita, em Julho de 1978

nº39 – r/c
Recém transferida da rua Mousinho Magro, já naquela época existia a Livraria Nogueira que se encontra instalada no rés-do-chão do prédio das Senhoras Trigueiros. Há pouco mais de uma semana li na Reconquista a notícia do falecimento, no dia 4 de Julho, do sr.António Baptista Nogueira que foi o fundador e proprietário da Livraria.

Vamos fazer agora uma pequena "pausa" para introduzir aqui alguns residentes da Travessa da Ferradura, ali mesmo ao nosso lado...

A Travessa da Ferradura e a casa do Rafael...

Apenas com três edifícios de cada lado, só referencio a casa do Sr.Capitão Gamas, o pai de um grupo de seis irmãos, todos eles estudando no Liceu: O Carlos, o Armando, o Toni, a Maria Guilhermina, o João José e o Rafael, do mais velho para o mais novo.

O mais velho era o Carlos, ligado às artes e à arquitectura; o Armando é licenciado em Medicina por Coimbra e exerceu a sua profissão na Suiça onde vive há décadas;

O Armando Gamas, em 03.05.1996, na companhia do
José Roseiro Duarte, do professor Matos e do Carlos Robalo.
O Armando é o 3ª a contar da esquerda
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depois, o António Maria, regente agrícola e já falecido; pela ordem, aparece agora a Maria Guilhermina, professora do ensino secundário em Castelo Branco;

A Maria Guilhermina Azevedo Gamas
no livro de Curso do Liceu Nun'Álvares, de 1953/54

o João José que viveu sempre com o tio e padrinho Sr.Martinho Gama para quem trabalhava na loja que tinha na baixa ao lado do Café Lusitânia;
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e o mais novo, o Rafael, que nos acompanhava sempre no Verão, nos tão saudosos acampamentos de Alpedrinha, que fazíamos na Quinta do Dr. Sá Pereira. Fez parte de uma célebre equipa de hoquei em patins de Castelo Branco que se mostrava nos festivais de Alpedrinha e na qual alinhavam também o Luis Grilo, o Zé Galvão, o Porfírio Lima, o Jaime Caio, o Júlio Geirinhas, o António Alberto Grilo e mais uns quantos...

O Rafael actual vive em Setúbal.
Continuamos a ser vizinhos, como sempre fomos em Castelo Branco

. Eu e o Rafael... 60 anos depois!

nº27 – 29 – r/c
Loja de fazendas e artigos de vestuário, muito bem situada naquela época por ter ali perto dois ateliers que utilizavam os seus produtos: a modista Matos e o alfaiate Louro no prédio logo a seguir. Entretelas, tecido para chumaços, botões e molas, cetins e outros tecidos para forros, tudo era ali comprado por estarem mesmo à mão de semear… Claro que também vendia peças de fazenda ao metro de que tinha grando sortido. Esta loja, do sr.João Carqueja, tinha o nome de "A Competidora".

nº30 – r/c
Após a abertura da rua da Páqueixada, construiu-se ali, mesmo ao lado da casa do Sr. Martinho Gama e da tasca dos Notários, um edifício moderno fazendo esquina com aquela nova rua.
No piso inferior, o Sr. Adelino Semedo abriu o seu novo estabelecimento de Livraria e Tipografia.

nº32 – 1º e 2ºandar
A Família Semedo passou a viver nos dois pisos superiores à papelaria com a esposa e os filhos Nuno, Cristiano e Teresa Semedo.

A Teresa Semedo, no Livro de Curso de 1955-56

Nº34 – r/c e 1ºandar
Numa casa bem pequena com persianas azuis, entalada ente o edifício da Papelaria Semedo e os Notários, vivia nessa época, o Sr. Martinho Gama, comerciante de certa importância com estabelecimento de fazendas ao lado do Café Lusitânia. Viviam com ele a esposa e um sobrinho afilhado, o João José de Azevedo Gamas, que era filho do “velho” Capitão Gamas.

Nº36 – r/c
Era a tasca dos Notários, assim chamada tão somente porque no primeiro andar funcionava a Secretaria Notarial

nº38 – 1ºandar
Aqui funcionava a Secretaria Notarial onde, por essa altura, pontificava o notário Dr. Romão, o avô do meu colega de turma João Romão Esteves, também rle notário em Ponte de Sor uns anos mais tarde. Como ajudante de notário sobressaía já o Sr. Domingos (?) Naré (rapaz novo ainda) que tinha duas particularidades importantes: uma, era um benfiquista impenitente e a outra era a sua capacidade de escrever à máquina de uma maneira de tal modo impressionante que conseguia dactilografar qualquer tipo ofício, ao mesmo tempo que mantinha uma conversa normal com qualquer pessoa que estivesse ao balcão… nem que fosse para defender uma crítica ao Benfica do seu coração, numa 2ªfeira a seguir a um jogo controverso com os mais directos rivais. Era um espanto! De tal modo que, por vezes, alguns de nós, ali da rua, subíamos àquele 1ºandar, só para lhe apreciarmos esta sua “habilidade”… escrever à máquina e conversar ao mesmo tempo!!
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Voltemos ao outro lado da rua para falar dos prédios recentemente construídos, por altura da abertura da Rua da Páqueixada: os prédios em que moraram a família Lino e a família Semedo Barata.
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nº22 – r/c
Se bem me recordo, a drogaria Lino começou a funcionar no rés-do-chão
deste prédio; só mais tarde passou a ocupar os baixos do edifício do lado da rua do Rei D. Diniz.

nº20 – 1º e 2º andar
Morava o comerciante Sr. Lino, dono da Drogaria Lino com a mulher e o filho, Francisco Pereira Martins Lino que frequentou a turma C do 1ºano do Liceu, em 1945/46, ainda no Paço Episcopal

nº 43 - 1º andar
Residia neste andar a família de um senhor (Duarte?) que foi proprietário de uma loja muito conhecida, situada na esquina do Largo do Rei D. José com a rua J. A. Morão e que dava pelo nome “Leão das Loiças”. Neste mesmo prédio, mas no

nº43 – 2ºandar
Viveu durante algum tempo o Sr. Gama, proprietário de uma “pequena” empresa de camionetas de transporte que tinha um filho de cinco ou seis anos frequentando o Jardim Escola numa altura em que por ali andaram o Eduardo Grilo e o Jorge Moura Pinheiro.
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nº50 – r/c e 1ºandar
É o solar da família Ulisses Pardal. Um casarão enorme onde decorreram, muitos anos mais tarde, as filmagens da peça “O passado e o presente”, de Manuel de Oliveira, baseado exactamente na obra, com o mesmo nome, do actual residente Vicente José Pardal, literariamente conhecido por Vicente Sanches.

Residência do Dr.Ulisses Pardal

Nesta casa Senhorial viviam o Dr. Ulisses Pardal com a esposa e os filhos Vicente José, Carlos José e Maria da Graça

O Dr.Ulisses Pardal, ao centro, numa foto
obtida no dia 4 de Junho de 1988

Vicente José Sanches Vaz Pardal, que foi professor de Filosofia
no Liceu de Castelo Branco, reside ainda nesta casa.

nº51 – r/c
Era aqui a oficina de sapateiro do “velho” Sr. Lobo(?) que foi avô do Ernesto Pinto Lobo e onde este nosso saudoso amigo, com os seus cinco ou seis anos, vinha por vezes brincar.

No rés-do-chão do edifício que se vê no topo da rua da Pàqueixada
existia o oficina de sapataria do avô do Ernesto Pinto Lobo

nº55 – r/c
Era aqui a barbearia o Sr. José Bernardo, um “rapaz” que, nas horas vagas fazia parte de uma orquestra de música de baile na qual, com o seu acordeão, fazia as delícias da juventude de então, nos bailes de Carnaval que o cinema Vaz Preto levava a efeito, ou mesmo nos bailes do Hotel de Turismo, do Clube de Castelo Branco ou da Assembleia… Belos tempos!... Lembro vagamente que para se entrar na porta da barbearia tínhamos de subir um pouco o afloramento de um pequeno maciço granítico que ali existia e sobre o qual se desenvolvia o rés-do-chão daquele prédio. Era ali que ouvíamos, de vez em quando, os ensaios do acordeão do Zé Bernardo...

nº53 – 1ºandar
Creio que era neste prédio (ou seria no nº55 - 1º?) que vivia um senhor, militar ligado ao Quartel de Caçadores, o sargento Fabião.
Num destes dois últimos prédios viveu também um rapaz, bem mais velho do que nós, muito sossegado e metido consigo próprio, que era um exímio executante de violino. Embora tenha dele uma ideia clara da sua cara e da sua figura, não consigo lembrar-me do nome que tinha.
Lá mais adiante, a fechar a rua junto do Relógio, vivia num primeiro andar, a médica albicastrense, Dr.ª Clotilde Castanheira, falecida há puco tempo. (não sei o nº da porta, e até penso que não tinha porta para esta rua mas sim para a rua do Relógio)

3 comentários:

Vasco Pina Cabral disse...

Exº Senhor

Nunca tive o prazer de o conhecer, mas defenitivamente, a partir do momento em que 'encontrei' o Senhor na Net, passei a venerá-lo, pois acho glorioso recordar as pessoas e os tempos idos de Castelo Branco.
Permita-me que me apresente: Sou Vasco Alexandre almeida esteves de Pina Cabral, neto do Dr. Eduardo Almeida Esteves, filho da Maria Luisa e do dr. José Tudela de Pina Cabral, que foi estomatologista durante vários anos no andar por cima da papelaria Semedo.
Adoraria saber se tem mais informações sobre o meu Avô ou meus Pais.
Se eventualmente me quiser contactar, o que seria para mim um privilégio, o meu mail é:vpina-cabral@hotmail.com
Estou absolutamente deliciado com o seu blogue! Por favor continue!
Bem haja!

Com os melhores cumprimentos,
Vasco Pina Cabral

António Veríssimo disse...

Deste albicastrense que segue à muito tempo o seu blogue, uma grande bem-haja por estas memória e um abraço.
Confesso que me emocionei a ler esta publicação.
Uma autêntica lição de historia de uma rua que em tempos teve muita vida, mas que nos dias hoje, é quase um deserto de vida.
Abraço

Unknown disse...

A Albicaatrense Alda Louro (nº 31) ficou muito feliz e emocionada por ler este artigo maravilhoso. Fez-me recordar a minha infância muito feliz! Muito obrigada por esta descrição maravilhosa.