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15 maio 2009

Relações perigosas...

Pequito insiste nas "relações perigosas" dos laboratórios
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Doze anos depois de ter denunciado "relações perigosas" entre médicos e a indústria farmacêutica, o ex-delegado de informação da Bayer Alfredo Pequito conseguiu esta semana entrar na reunião geral anual de accionistas do grupo alemão, em Dusseldorf, onde confrontou o presidente da empresa com queixas sobre alegadas "práticas de corrupção de médicos" incentivadas pela Bayer Portugal.

Alfredo Pequito

"Estas práticas mantêm-se hoje", continua a afirmar o ex-delegado de informação médica."Em 1997, a Bayer Portugal gastou entre cinco e 10 por cento dos seus lucros neste tipo de actividade, o que em valores actuais corresponde a entre um e dois milhões de euros", declarou Pequito, perante a assembleia de accionistas onde entrou a convite da Coligação contra os Perigos da Bayer, uma organização não governamental. Como foi possível? "Alguns accionistas cederam os seus direitos de voto à coligação na reunião", explica. O discurso foi enviado para os partidos políticos portugueses e para o procurador-geral da República, a quem ele entregou novo dossier com queixas no final de 2007, "sem desenvolvimentos até agora".A Bayer Portugal confirma a presença de Pequito na assembleia de accionistas. Mas, em comunicado, refuta todas as acusações, notando que, "até ao presente, nenhuma das alegações feitas conseguiu ser provada em tribunal ou, sequer, ser provada documentalmente". Recorda ainda que interpôs uma queixa-crime por difamação contra Pequito, que culminou com a sua condenação em 2007. Foi em 1997 que o ex-delegado, despedido no ano anterior da multinacional, acusou centenas de médicos de receber contrapartidas (como créditos em agências de viagens) a troco da prescrição de medicamentos da Bayer. Na sequência deste processo, a Ordem dos Médicos e a associação da indústria farmacêutica assinaram um protocolo para regular o relacionamento entre as duas partes.
Alexandra Campos
in."Público"
15.05.2009

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Na página "on line" do "Público" registavam-se alguns comentários a esta notícia, uma das quais não resisto a publicar (apesar do anonimato aceitável...):
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15.05.2009 - 09h43 - Anónimo, Setubal
"Independentemente dos seus motivos mais ou menos honestos, temos todos de tirar o chapéu a este homem. Foi o 1º de dentro deste meandro que teve a coragem de denunciar o que todos que trabalham no ramos de saúde: farmacêuticos, médicos, delegados de propaganda médica etc sabem. Com isso sofreu as passas do Algarve, incluindo agressões fisicas encomendadas. Que os delegados passam nas farmácias de serviço na zona de um centro de saúde no dia anterior ao doutor X estar de serviço no referido serviço, para deixar uma centenas de embalagem do medicamento Y, pois com o doutor X de serviço já se sabe que vai ser toda a noite a sair o tal medicamento Y em grandes quantidades, todos sabem mas ninguém investiga e age. Infelizmente com o nível de compadrio, corrupção e impunidade que existe neste pais e com a conivência da ordem dos médicos e dos farmacêuticos (todos eles ganham menos nós) estas situações continuam. É nestas altura que tenho vergonha se ser um constituinte da sociedade humana e mais concretamente de ser português."
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Em 1947, foi professor de inglês, no Liceu de Setúbal, o Dr.Alfredo António Pequito que em 25 de Novembro desse mesmo ano, assinou um auto de posse como Director das Instalações da Biblioteca do Liceu. Foi ainda no antigo edifício do Liceu.
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Em 1962, quando entrei no Estágio Pedagógico, realizado no Liceu de Pedro Nunes, encontrei o Dr. Alfredo Pequito como Professor efectivo nesse Liceu, quando já estava muito próximo da reforma. Nesse mesmo ano, tive como colega de estágio o professor João Martins Gomes Pequito, filho do Dr. Alfredo Pequito, que frequentava também aquele Liceu como estagiário do 3ºGrupo (Inglês).
Creio que se trata do avô e do pai de Alfredo Pequito, aqui mencionado nesta notícia saída hoje, na edição do “Público”.

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