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21 dezembro 2008

Escrito no vento...

Em 1953, 21 de Maio, na noite do “desastre do Cruz” fomos a casa do Grilo para saber se o Pai Almeida tinha ido para Lisboa. O Luis estava sozinho em casa e logo o Júlio, o Ascensão e o Manel Boléu entraram por ali dentro como se em casa deles estivessem... É claro que eu não fiquei à porta... Cravámos um “Porto” e um “Beneditine” que o Luis fez acompanhar de uns rebuçados e umas amêndoas.

Em 1953, 27 de Maio, ... estivemos perto de uma hora a estudar e, no fim, concluí que se naquela altura me dessem um tiro na cabeça... a bala resvalava... tão dura eu a tinha!!

Em 1953, 31 de Maio, no baile do Carvalhão estavam só seis raparigas... Quatro estavam de luto!!... Foi uma espécie de frete que fizemos até às 7 horas. Apesar das circunstâncias, formaram-se vários pares. A Zezinha com o JJ, a Maria José Teixeira, da Normal, com o Ascensão, a irmã da Zezinha com o Biscaia e a Susana com o Fraústo. Andava lá a irmã do Carvalhão, a “chaga número um” do Liceu que, por bem, nos casou a todos com o respectivo par... Aquilo deu mesmo para aborrecer!...

Em 1953, 04 de Junho, “...estava encostada a uma coluna da entrada, com um vestido que lhe assentava lindamente e uns sapatos de salto alto. Um sonho!... Mas estava um tudo nada triste... No ensaio actuou, segura, como solista mas quando me encarava “desmanchava-se”, principalmente quando cantava:
... “Sozinha longe do mundo!”
Ai, solidão... solidão...
“Nunca soube o que era amor!”
... Ai, ai, ai... ai, ai...

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