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28 novembro 2008

Beira Baixa - Notícias de 1958 - Maio

11 de Maio
Aniversário
Faz anos no dia 15, a menina Maria Manuela da Fonseca Duque Vieira.
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11 de Maio
Doentes
Teve uma crise de saúde, encontrando-se graças a Deus melhor, o sr. Dr. Eduardo Almeida Esteves.
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11 de Maio
Nascimento
Na sua residência nesta cidade, deu à luz uma menina, a Sr.ª D. Maria Rosa Dias Lopes dos Santos Rijo, esposa do Sr. Dr. Domingos dos Santos Rijo, professor do nosso Liceu e actualmente estagiário no Liceu Normal D. João III, em Coimbra.
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11 de Maio
Uma visita de alto nível
Peritos da Organização Mundial de Saúde num Colóquio Internacional em Castelo Branco
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11 de Maio
Reunião
Os Finalistas do 7ºAno de 1932/33 festejaram nesta cidade as suas Bodas de Prata.
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25 de Maio
Cidade
Estão a ser demolidos alguns edifícios na rua João Carlos Abrunhosa (no bico junto da casa do Zé Amaral?)
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25 de Maio
Homenagem ao Dr. Duque Vieira
“ A meu ver, a imprensa religiosa do País está errada.
Está errada pelo excesso de temas religiosos que tornam essa literatura enfadonha, pesada, que se lê por amor de Deus.” . São palavras do brinde do Sr. Dr. Duque Vieira.
“Peço desculpa por saltar por cima de todos os protocolos, mas eu sou um meio inválido, estou numa convalescença prolongada e, não sei se Tomás Ribeiro, se outro antes dele, disse que os velhos têm o jus da sua idade – eu penso que os enfraquecidos e os convalescentes devem ter o tristíssimo jus da sua condição. Já neste mês, no 1º de Maio, assisti a uma sessão exactamente igual a esta, e na altura em que eu devia falar, já não tinha forças para isso, se bem que tinha o dever de o fazer e até porque um dos oradores se tinha referido a mim. Também um destes domingos estive numa sessão onde eu tinha voto e devia pronunciar-me, mas chegada a altura própria já não consegui dizer nada e vim para casa. E escrevi uma carta ao Presidente. Por isso desculpem-me que eu fale antes de todos. Em primeiro lugar para saudar esta brilhante assembleia que é sinal de triunfo. Há 13 anos, nós éramos muito poucos, não éramos nada nesta terra; fomos hostilizados por vários, até por aqueles que eram nossos. Numa “terra tradicionalista onde frequentemente há chefes e dependências, nós, uns simples homens sem função nenhuma considerável, aparecíamos como independentes, separados de todas as dependências. Essa independência não era aquela independência de uma pessoa que não toma partido, porque precisa de conviver com todos. A nossa independência era esta independência que consiste num esforço para encontrar a verdade e encontrar a justiça, e depois ter a coragem para as aponta e para as dizer.”
(…)
A “Reconquista” era um jornal que não estava à altura da Província. Creio que todos, por fora, o sentiam e eu próprio o sentia talvez mais que nenhum porque lhe pertencia.
Era um pequeno jornal de 4 páginas e na altura em que os jornais estavam já mais desenvolvidos. Faltava-nos um chefe; não tivemos esse chefe. O único que poderíamos ter era o Padre Albano que desapareceu. Foi preciso esperar pelo Dr. Ulisses, para empurrar o jornal de 4 páginas para 12, para 14, para 16. Faltava-nos um chefe, um empresário, um homem que fosse capaz, como ele, de fabricar uma “mercadoria” , atirá-la para o público e fazê-la acreditar. A ele se devem as maiores homenagens pelo trabalho nestes últimos tempos.
E também concluo com uma certa melancolia:
Foi necessário que eu saísse de Castelo Branco para que a “Reconquista” viesse a ser um grande jornal
(estas últimas palavras do Sr. Dr. Duque Vieira foram recebidas com vibrantes “não apoiados”.)
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25 de Maio
Regresso
Voltou de Macau, onde estava em serviço militar, o Sr. Vasco Maia Aguiar Almeida Esteves.

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