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24 julho 2008

Quem morava em Castelo Branco…

Na década de 40 quem morava na rua Bartolomeu da Costa e no Largo de S.João?...
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Foi difícil a recolha de dados sobre esta rua de Castelo Branco já que alguns dos números de polícia se sobrepõem aos do Largo de S.João… Ou seja, alguns edifícios ora “estão” na rua Bartolomeu da Costa, ora pertencem ao largo de S.João.
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As fotografias que obtive nesta área da cidade não vão suscitar dúvidas quanto à localização das famílias que ali moraram há mais de 60 anos.
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Foi aqui viveu o Dr. Pinto Castelo Branco. Nota-se bem a lápide medieval.

No nº 61 – É neste número que tem início a rua Bartolomeu da Costa que se estende para norte até à entrada da antiga “Estrada da Mina”, logo a seguir ao Antigo Liceu (hoje Museu Tavares Proença Júnior).
Morava ali, no 1ºandar, com os pais e os irmãos o meu colega de Jardim-Escola, João Maria Pinto Castelo Branco.
A casa do Dr.Pinto Castelo Branco apresenta-se bastante mais degradada do que então, apesar de ostentar na fachada uma lápide em granito com um texto em português medievo com algum interesse histórico para a cidade.

Lápide existente na parede do edifício

Em 1945, quando entrei no Liceu, era Comandante de Bandeira da Mocidade Portuguesa, o filho mais velho de Dr. Pinto Castelo Branco, José da Fonseca Pinto Castelo Branco.

José da Fonseca Pinto Castelo Branco

Estive imenso tempo sem ver o irmão mais novo, o João Maria. Fui encontrá-lo em 1978 na Fábrica Campil do Rui Versos, próximo da Azambuja, numa sardinhada de boa memória, onde este presente o então Presidente da República António Ramalho Eanes.

O João Maria é o segundo a partir da esquerda, ao lado do Rui Versos para quem trabalhava naquela época, no escritório da Fábrica Campil.
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Um pouco mais à frente (a norte), em duas casa que pareciam geminadas, viviam o Velho Capitão Caio, avô do Jaime Caio de Melo Cardoso que também andou no Jardim-Escola (e que, na década de 70, veio viver para Setúbal tendo falecido relativamente “jovem”) e a família Gonçalves Ribeiro cuja segunda geração, tanto quando sei, se encontra ainda em boa forma!

Mesmo à esquerda do cruzeiro podem ver-se as duas casas mencionadas. Nas varandas verdes vivia o Capitão Caio e à direita a família Gonçalves Ribeiro.

.No nº73 - 2º e 3º. morou o sr. Capitão Caio que eu ainda conheci já com muita idade. Vivia ali com o neto Jaime Caio, que era um ou dois anos mais novo do que eu, e chegou a frequentar o jardim Escola João de Deus. Muitos anos decorreram até voltar a vê-lo quando se instalou em Setúbal por motivos de trabalho numa fábrica da Mitrena.

O Jaime Caio em 23 de Maio de 1981
num almoço de Antigos Alunos, realizado na Granja. no Carregado.

. No nº 79, 2º e 3ºandares, viveu a família do Sr.José de Oliveira Ribeiro e da D.Maria Nazaré Gonçalves Martins Ribeiro com uma prole que, na altura, já tinha quatro elementos: a Maria do Carmo e o António (Toni) Ribeiro, os mais velhos, e o João Filipe e a Maria Isabel (Bébé). Creio que ainda houve um mais um casal... Seis irmãos!

No bloco à direita, com a porta da varanda aberta, o segundo andar da casa da família Gonçalves Ribeiro

A Maria do Carmo, no Livro de Despedida do 7ºAno (1949/50)

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O Toni Ribeiro, peço desculpa, o sr.General Gonçalves Ribeiro
que foi o "Pai" dos Retornados, a partir de 1977, logo após a independência das Colónias, tal como nos é apreentado no Livro de Despedida do 7ºAno de 1949/50

Vale a pena mencionar uma notícia que encontrei com a data de 31 de Julho de 1954:

"Justo Prémio
O sr. António Gonçalves Ribeiro, filho da SrªD. Maria da Nazaré Gonçalves Martins de Oliveira Ribeiro e do sr. José de Oliveira Ribeiro, terminou o seu Curso na Escola de Guerra com alta classificação. A convite da mesma Escola deve seguir muito em breve para o Brasil em viagem de recreio, como prémio, passar os meses de Agosto e Setembro
."

A Maria do Carmo Ribeiro com a Vanda e a Maria Alexandrina, na
Capinha, em 09.06.1985, numa Romagem de Saudade.
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Na mesma reunião na Capinha, da esquerda para a direita, o Toni Gonçalves Ribeiro, a Maria do Carmo, o jjmatos, a Benilde, a Maria Alexandrina, a Maria Amélia, a mulher do João Filipe Ribeiro, a Vanda e a Bébé Gonçalves Ribeiro.

O João Filipe Gonçalves Ribeiro e a esposa, numa foto de Junho de 1986

Uma foto que nos mostra a Maria Isabel (Bébé) e o marido, o Pinto Elvas, o meu irmão Olímpio, o João Filipe e a cunhada Tarucas Paiva Morão Gonçalves Ribeiro

.... e para terminar a série da família Gonçalves Ribeiro, a Maria do Carmo "bombeira... ou "bombista"? Pronto!... aquela que toca o bombo!...
Romagem de Saudade, em 03.Junho.1988

. No nº81 - r/c, estava instalado o Sr.Ceia, fotógrafo. O homem que me ajudou nestas coisas da fotografia e que tinha a "gentileza" de me fazer uns preços especiais quando eu lá aparecia com "rolos para revelar", com fotografias... a grupos grandes! Havia sempre mais cópias para reproduzir... mais lucros a "embolsar"... claro!
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É curioso mostrar um anúncio da "Fotografia Ceia" que descobri num dos jornais de Castelo Branco, em Dezembro de 1954.

Anúncio em 4 de Dezembro de 1954

A "casa fotográfica" do senhor Ceia... já não existe! É "isto" que lá está agora. (Ao lado a antiga barbearia, no nº 13 r/c que já faz parte do "Largo de S.João")

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Uma boa fotografia do Cruzeiro do S.João
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As obras que decorrem actualmente no Largo dificultam o trabalho do fotógrafo...

No Largo de S.João, nº27 - r/c e 1ºandar vivia a família do Sr.Possidónio Grilo

Este alpendre cobre a porta principal da residência da Família Possidónio Grilo
de que já desapareceu toda a primeira e segunda gerações.

O Sr.Possidónio Grilo com o irmão José à porta do estabelecimento
que tinham em frente aos Cafés.
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Possidónio Grilo, à esquerda, com dois amigos,
na segunda Romagem de Saudade. em 1956
(à direita, o Eng.Cavalheiro)

Manuel António Barbosa Marçal Grilo (o Ica) no Livro de Curso de 1950 era um dos filhos do Sr.Possidónio Grilo

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O passadiço do Jardim do Paço
À esquerda. na casa que se vê atrás dos carros, viveu durante muito tempo o Sr.Florindo, velho jardineiro que trabalhava no Jardim do Paço. Hoje aquela casa parece estar abandonada depois de ali ter sido inaugurado o Museu Académico, durante a Romagem de 1979. Que é feito das peças deste Museu?!

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A residência do Dr.Alexandre de Almeida Garrett e da D.Maria Piedade de Lencastre tinha o nº17 e estendia-se pelos três pisos.

Num apontamento vindo a público em 9 de Dezembro 1950 podia ler-se:
"No sábado passado (2 de Dezembro) festejaram as suas bodas de prata matrimonias, os Exmos.Srs. Dr.Alexandre de Proença de Almeida Garrett e D.Maria de Lencastre de Almeida Garrett, figuras distintas da nossa melhor Sociedade cuja vida constitui destacado exemplo de virtudes cristãs."

O Dr.Alexandre de Almeida Garrett desempenhou por vários períodos os cargos de Presidente da Assembleia Geral dos Bombeiros Voluntários, de Presidente do Conselho Geral do Grémio da Lavoura e outros mais. Foi também um exímio criador de Pombos Correios tendo concorrido a vários concursos de Columbófilia. Rezam as crónicas que, em 9 de Junho de 1957, se classificou em 2ºlugar no Concurso de Barcelos, com 767,833 m/m (metros por minuto) logo atrás do Zé Amaral com 764,500 m/m

Numa ala do edifício, mais próximo do Jardim, no nº14 - 1ºandar, vivia o motorista da Casa Garrett, sr. João Vilela com a esposa D.Delfina Madeira Vilela e as filhas Maria Teresa, Maria de Lourdes e o filho mais novo João Caetano.
Em 10 de Março de 1951, um jornal da cidade dava a triste notícia do falecimento da Maria de Lourdes:
"Vítima de doença que não perdoa e de que há muito vinha sofrendo, faleceu nesta cidade no dia 2 do corrente, a menina Maria de Lourdes Madeira Vilela, filha da srª.D.Delfina Madeira Vilela e do sr.João Vilela, motorista do ExºSr.Dr.Alexandre Garrett.
Muito nova ainda, pois contava apenas 15 anos de idade, não resistiu à doença apesar de todos os esforços empregados pela Ciência e dos cuidados e carinhos prodigalizados por seus pais e mais família
."

Era nossa colega no Liceu de Castelo Branco.
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A irmã mais velha, Maria Teresa Vilela, frequentou também o Liceu. Numa foto da sua turma, em 1948, ela aparece com quase totas as suas colegas.

A Teresa Vilela é a primeira à direita, no primeiro plano. Com ela encontramos aqui muitas caras conhecidas. A Maria do Carmo Severino Beirão, ao seu lado, a Maria José Castanheira, , a Maria José Salavessa, a Esmeralda Niza Vaz, a Maria de São José, a Maria Alexandrina Pereira, a Maria Estela Monteiro, a Manuela dos Santos Monteiro, a Manuela Dias Catana, a Maria Gabriela Ribeiro do Rosário e a Maria Helena "Bijoux"
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Uns "anitos" mais tarde (57...), a Madre Teresa Vilela assistiu à Romagem de Saudade
Nesta foto, obtida em 27 de Maio de 2005, a Teresa Vilela almoça em Castelo Branco, na companhia da Maria do Carmo Severino Beirão. De novo juntas, como na fotografia anterior.

Falta apenas referir uma recordação para o nº19 - r/c,que faz esquina junto do Cruzeiro. era a tasca do Castanheira, hoje conhecida por tasca do Regedor... Por cima, no 1ºandar vivia a família Castanheira.

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