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13 maio 2008

Irene Vilar

Morreu ontem a escultora Irene Vilar
Estava internada há um mês no Hospital de São João

Irene Vilar


Autora de uma vasta obra de escultura, medalhística, numismática e de ourivesaria, Irene Vilar, que tinha 77 anos, nasceu em 1930, em Matosinhos, município ao qual fez, em 1976, um legado de parte da sua obra escultórica.
Licenciou-se pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto, com 20 valores, na tese de Escultura, tendo sido discípula de Barata Feyo e Dórdio Gomes.
Depois de formada foi bolseira do Instituto de Alta Cultura e da Fundação Calouste Gulbenkian, no estrangeiro.
Participou, com escultura e medalhística, nas grandes exposições realizadas em Portugal, entre as quais "Cristo fonte de esperança" (Porto), "Morte e Transfiguração" (Sociedade Nacional de Belas Artes - SNBA, Lisboa), "Natividade 2000" (Mosteiro dos Jerónimos) e "100 anos - 100 artistas" (SNBA, Lisboa).

IV Centenário da publicação de “Os Lusíadas”
Bronze 80 mm /diâmetro
Irene Vilar - 1972
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Esta medalha esteve exposta em Faro, em Dezembro de 1972, na "1ªMostra Medalhística no Algarve".
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A sua obra escultórica encontra-se dispersa por Portugal, Alemanha, África do Sul, Brasil, Bélgica, Holanda e Macau, tendo sido apresentada em duas exposições recentes: "Modelar o mistério", Lisboa, Universidade Católica Portuguesa (2003) e "Do gesto ao gesso", Matosinhos (2004).
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Irene Vilar representou Portugal em diversos certames internacionais, nomeadamente nas Bienais de São Paulo, Paris, Colónia, Roma, Florença, Estocolmo, Londres, Helsínquia, Budapeste, Neuchâtel, Weimar e Roterdão.
Realizou, de entre muitos outros, os monumentos a Camões, Garcia de Orta e Guilhermina Suggia, no Porto; a Florbela Espanca e a Abel Salazar, em Matosinhos; a Dom António Ferreira Gomes, ao Padre Américo.
São também da sua autoria o Monumento aos 500 Anos do Teatro, em Guimarães (2003) e a estátua da Imaculada Conceição para os jardins da Universidade Católica, em Lisboa (2004).

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Escrito no vento...
"Em 2 de Outubro de 1998
...de tarde estive no Clube de Oficiais para falar com o Eng.António Barroso. Foi útil e proveitoso este encontro. Contei-lhe o que se passou com a "antiga aluno do Liceu" que é escultora e ele achou que ela “falou muito alto”! Deu-me a sugestão de consultar a escultora Irene Vilar, segundo ele a melhor em medalhística, e sugeriu também o nome do Lima de Freitas."
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(Três dias depois, em 5 de Outubro, recebemos a notícia da morte de Lima de Freitas...
Era menos uma hipótese que passávamos a ter na escolha do autor da Medalha Comemorativa do Cinquentenário do Edifício do Liceu de Setúbal...)
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"Em 11 de Novembro de 1998
...a próxima "vítima" é o Eng.Barroso junto de quem me chego para continuarmos a conversa que tivemos ao telefone, um pouco antes de almoço. Disse-me que já tinha o contacto com a Escultora Irene Vilar e que lhe telefonou. Pensa pedir-lhe um orçamento para a medalha que comemora o 1ºAniversário do Clube dos Oficiais e pensa dinamizar a Câmara a encomendar outra medalha para substituir “aquela coisa horrível” que a Paula mandou fazer. Com a nossa do Liceu pode ser que a senhora Escultora se lembre de fazer um preço mais em conta. Falou na possibilidade de a convidarmos para almoçar cá e conversarmos.
Agora, ali no Clube, mostrou-me para eu ler, a carta que esta tarde lhe escreveu e vai enviar, convidando-a a apresentar um orçamento para a medalha do Clube. Não fala na medalha da Câmara nem da nossa. Isto é para fazermos como fazem os ingleses... “wait end see!

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Deram em nada estas "demarches"... A escultora agora falecida tinha o seu tempo ocupado com outras obras e não pode satisfazer as nossas pretensões.
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Foi um outro antigo aluno do Liceu, o Arq.José Carlos Gonçalves, que se encarregou da "Medalha do Cinquentenário". Sem cobrar um "tusto"!!!... Ofereceu o seu trabalho ao Liceu que frequentou.
"Com muito orgulho", me disse ele.
...ou, como diria o Eng.António Barroso:
"Sem falar muito alto!..."

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