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30 abril 2007

Albert Dürer

Alte Pinakothek - Munique

Retrato de Oswold Krel

Este quadro, pintado em 1499, representa um mercador de Lindau que residiu em Nuremberga até 1502. São sensíveis neste quadro alguns motivos típicos da pintura veneziana, tais como a paisagem que se abre em perspectiva, à esquerda, e a atitude majestosa do mercador, enquanto a forma poderosa como se define a fisionomia obedece às tradições da arte alemã.

By Hermann Bauer
In, “Grandes Museus do Mundo”, ed.Verbo - 1973

29 abril 2007

Um "exemplo" de jornalista...

Será este "trabalhador da imprensa" um "produto" daquela célebre época em que o Ministério da Educação "inventou" a disciplina "Introdução ao Jornalismo" que era ministrada no Secundário... por professores que só sabiam ler a "A Bola"?!
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Mostram-se, a seguir, dois apontamentos da revista "Ípsilon" que saíu na passada sexta-feira, e que estiveram na base da reclamação que uma leitora fez, ontem, ao Provedor do Público.

Escrito em destaque no texto

.Fragmento do texto da entrevista

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No “Público” de hoje.
Um apontamento retirado da coluna semanal de

Rui Araújo,
o Provedor do Leitor do meu jornal.

Depois de ter lido uma entrevista publicada anteontem, uma leitora não perdeu tempo e reclamou de imediato para o Senhor Provedor!




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A leitora, um tanto indignada, continua chamando a atenção para a “segurança” do jornalista que conduz a entrevista:
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E termina logo em seguida, da melhor maneira, ao introduzir um pedaço da entrevista e um comentário final. Muito leve, aliás…



É isto a Imprensa que temos?
Não será... mas estes exemplos são significativos!

As Bonecas de Don Flowers

Capa da revista Can Can nº21


Saída em 31 de Março de 1960

28 abril 2007

A Sapateira Prodigiosa

Baseada no conto de Federico Garcia Lorca, “A Sapateira Prodigiosa” foi interpretado pelos finalistas do Liceu Nacional de Setúbal, em 1964.
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Refira-se que Frederico Garcia Lorca nasceu em Fuente Vaqueros, Granada, em 1900, no seio de uma família burguesa remediada da Andaluzia.A sua infância foi marcada pela vivência e cultura aldeãs, vincadas pela paisagem de prados, céus e solidão.
“A Sapateira estava-se acabando sem camisa e sem lar e o Sapateiro vivia uma penosa solidão de celibatário. Sem filhos ainda, a Sapateira compensa o sentimento maternal na figura terna de um menino, enquanto o Sapateiro, motivado pelo ciúme e levado ao arrependimento pelo povo coscuvilheiro, abandona o lar para uma experiência aventurosa como titeriteiro.

A sapateira sobrevive com uma taberna e defende-se do mal dizer dos homens da aldeia, exibindo com coragem o matrimónio. Para se certificar do amor da sua jovem esposa, o Sapateiro entra disfarçado na taberna, onde coloca à prova a sua fidelidade conjugal.” É assim que se desenvolve todo o enredo, a partir da riqueza sentimental destas figuras que nada mais têm que o amor para serem felizes.
A adaptação e encenação desta peça que é ao mesmo tempo realista e poética e constitui um extraordinário desenho de universo sentimental e amoroso das aldeias da Andaluzia foram feitas pela Drª Ausenda Caetano Pereira, professora de Português do 3ºCiclo.

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Levada à cena no Cine Teatro Luisa Todi, a "Sapateira Prodigiosa" foi um êxito retumbante, a fazer lembrar aquele outro, de 1962, que foi "Um Pedido de Casamento", de Anton Tchekov que teve como vedetas a António Manuel Fráguas, a Maria Clara Correia e o Custódio Santana.
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O jovem Queiroz, um "filho adoptivo" da Sapateira Prodigiosa
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"O sapateiro entra disfarçado na taberna..."
Uma cena da "Sapateira Prodigiosa" com um palco cheio de gente e cheio de côr.
A Dr.Ausenda Pereira, rodeada pelos seus jovens actores, agradece os fartos aplausos que um Luisa Todi, a abarrotar de gente, lhe brindou no final da actuação.Reconhecemos, entre outros, o Rui Malhador, o Belmiro Carvalheda e o pequeno Queiroz, aluno do 1ºano que foi chamado a colaborar na peça como "filho" da Sapateira.
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Ontem à noite, houve um jantar festivo na Família do Liceu.
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Zsofia Torok, a belezinha húngara que estagiou na nossa Escola desde Outubro, e está de regresso à Hungria. com muita pena de todos, foi brindada com um Jantar de Despedida num restaurante da cidade que decorreu da melhor maneira.

Zsofia Torok
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Após o repasto, terminadas as palavras amigas trocadas entre a DrªCarla Ramalho, orientadora do estágio, e o agradecimento da estagiária Zsofia, ambas acompanhadas por muitas palmas de todos os presentes... após a oferta de uma lembrança, de um belo livro cheio de belas fotografias sobre Portugal, resolveram as mentoras desta reunião que a noite só poderia terminar com uns "drinks" no Conventual!
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Meio dito...meio feito! Pouco depois estávamos todos instalados num cantinho daquele recinto. Vem isto a propósito de um acontecimento que surgiu nesse momento durante o qual uma Professora amiga, que eu não via há muito tempo, se ter aproximado para me cumprimentar e me dizer que tinha ali ao pé um antigo aluno do nosso Liceu que gostava de falar comigo. Ele estava, aliás, ali ao pé junto com ela.
Cumprimentou-me com muita simpatia mas a cara dele...pouco me disse! Os anos passam, as figuras e os rostos modificam-se e a imagem que guardamos dos nossos antigos alunos restringem-se por vezes à imagem que tinham quando lidámos com eles!
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Olhámos um para o outro e disparei o que costumo dizer nestas ocasiões: "Tens de dizer-me o teu nome porque pela figura que tens agora...não chego lá!"
E ele disse que era o Queiroz!
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E eu lembrei-me logo do "puto" Queiroz que entrou no Liceu de Setúbal por volta de 1963 ou 1964... e logo lhe disse:"Já estou a ver! Sim senhor... Lembro-me perfeitamento de ti quando eras miúdo!..."
Pela cara que ele fez, imaginei-o a pensar, para dentro, e a dizer: "Está-se mesmo a ver que só está a ser simpático... É claro que não se lembra nada de quem eu sou..."
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Para terminar com aquela possível dúvida, acrescentei: "Ainda te lembras da Sapateira Prodigiosa?..." Aí, o Queiroz com um espanto gravado no rosto, acreditou no que eu lhe dizia..." Provavelmente, naquele recinto de diversão nocturna, cheio até às costuras... apenas duas pessoas saberiam que o Queirós, ali à minha frente, "foi o filho adoptivo da Sapateira Prodigiosa" no palco do Cine Teatro Luisa Todi, naquele ano longínquo dá primeira metade da década de 60!
"Que memória prodigiosa que o senhor tem!" respondeu o Queirós agora absolutamente consciente que eu não estava a só "a ser simpático" com ele! Que me lembrava muto bem da sua figira...há 43 ou 44 anos!...
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É claro que se não tivesse sucedido este encontro, eu bem poderia passar por ele sem o reconhecer. Está difeente! O que é natural... Era um "puto" com 10 ou 11 anos então. Hoje ultapassou os 50...Tinha um cabelo normal! Está hoje um pouco menos "piloso"... Era franzino e pequeno! Hoje, mais forte e muito mais alto...
Mas no fundo daquele rosto que hoje ostenta, ainda se vislumbram os traços do pequeno Queiróz que eu conheci naquela altura.
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O Queiroz é o proprietário daquele recinto que ontem à noite frequentámos, na despedida última da Zsofia... e o Moscatel Roxo especial que me serviu é uma maravilha! Sei que foi servido com a muita simpatia de um antigo aluno do nosso Liceu e o preço que teve a gentileza de me cobrar...será retribuído também de uma maneira a condizer!
Obrigado Queirós! A festa da Zsofia Torok terminou da melhor maneira!...

O Poeta António Salvado

Um Amigo de há muito...

Numa Homenagem que a Cidade de Castelo Branco prestou a António Salvado, em 6 de Outubro de 1998, são estas as palavras que o Presidente da Câmara Joaquim Morão lhe dedicou:.

" A dimensão de uma cidade não se mede apenas pelos valores materiais impressos ao longo de gerações no espaço. Na verdade, é o espírito que alicerça, edifica e projecta a grandeza sw qualquer lugar vivido.
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As casas tombam, as ruas desaparecem, as praças disformam-se, a paleta urbana altera-se continuamente. Então, onde residirá a paternidade de um presente que é permanente devir?
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Ensina-nos a história da nossa civilização, que aos grandes criadores devemos a capacidade de nos fazer ultrapassar os limites da efémera existência e de nos fazer participar naquilo que sublima o espírito humano, evocando a beleza da prática de sermos cidadãos, vinculados a um determinado território.
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Na inconstância do bulício há sempre alguém que evoca a plenitude dos silêncios, o encanto das pequenas grandes coisas e, além deste esforço de criação, nos alerta também para as inquietudes da vida.
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.Apraz-nos hoje patentear a um desses criadores e cidadão, o testemunho da nossa admiração.
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Chama-se António Salvado e nasceu na cidade de Castelo Branco."

.Assisti com alguma emoção a toda a cerimónia que se desenrolou no Palácio dos Motas, à Praça Velha, onde, acabado de restaurar, funcionava já o actual Arquivo Distrital.
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António Forte Salvado - 7 de Junho de 1985

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O António Forte Salvado nasceu em Castelo Branco, a 20 de Fevereiro de 1936.
Fez o Curso do Ensino Primário e do Ensino Liceal em Castelo Branco.
Licenciou-se em Letras na Universidade Clássica de Lisboa.
Foi Professor do Ensino Técnico - Profissional e do Ensino Liceal.
Foi Director – Conservador do Museu Tavares Proença Jr.
Foi Vogal do Conselho de Arte e Arqueologia da Câmara Municipal de Castelo Branco
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Foi Membro para a Educação e Cultura, do Conselho Distrital de Castelo Branco
Foi Editor de Cadernos de Cultura "Medicina na Beira Interior - da Pré-História ao SecXX"
É Membro da Cátedra de Poética "Fray Luís de León" da Universidade Pontifícia de Salamanca.
É Prémio Fernando Chinaglia/Personalidade Cultural, da União Brasileira de Escritores.
Tem a Medalha de Mérito da Universidade Pontifícia de Salamanca.
Tem a Medalha de Prata da Câmara Municipal de Castelo Branco.
É "O Mais da Beira Interior", votado pelos leitores de O Jornal do Fundão.
Tem a Medalha de Mérito Cultural do Ministério da Cultura de Portugal.
Tem a Placa e o Diploma de Honra da Universidade de Salamanca.

Um Curriculum de que deve orgulhar-se e nos honra a todos nós, albicastrenses e Amigos do Salvado.

Sou seu Amigo desde os tempos de Escola. Mais novo que eu um ano, o Salvado morava próximo de mim quando tínhamos oito ou nove anos.Já tocava muito bem viola quando passámos a frequentar o "Liceu Novo" (a actual Escola Secundária Nun'Álvares). E entusiasmou-me a aprender a tocar... Paguei-lhe adiantado Sete Lições de Viola por 7$50! Deu-me duas aulas... e depois, um de nós desistiu! Lembras-te disto António Salvado?! Foi p'rá i em 1947...

Nesta foto, obtida em 7 de junho de 1991, na Romagem de Saudade, ainda no antigo palco do "Cinema ao Ar Livre", é o Armando da Conceição a vedeta da viola! O Salvado deve estar ali a fazer as apresentações.
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Em 1961, quando esteve em Angra do Heroísmo, o António Salvado elaborou um Ensaio de Literatura que publicou na Revista Atlândida com o nome de “Itinerário Ascético de Frei Agostinho da Cruz (1540-1619)”

“Frei Agostinho da Cruz nasceu em Ponte da Barca e faleceu em Setúbal. Dizem que costumava “conversar com Deus, com a Virgem, com a natureza e ainda com a sua querida serra da Arrábida

Houve em Setúbal um Colégio com o seu nome situado no topo sul do antigo campo dos Arcos, hoje desaparecido.

O António Salvado, com o seu Ensaio, é como que um elo de ligação entre dois momentos da minha memória, isto é, entre juventude que passámos no Liceu onde ele já despontava como Poeta e uma fase mais madura em que evoca um “poeta de Setúbal”
ou mais propriamente "da Arrábida"…

António Salvado dá as Boas Vindas aos Romeiros da SAudade - Junho/85
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Em dada altura, o poeta albicastrense diz:
”Em Frei Agostinho da Cruz, a solidão apresenta-se também como um (entre outros) estado mortificante aceite com contentamento. A razão deste contentamento encontra-se nas estrofes que transcrevemos da endecha:

Alma entristecida
Façamos concerto;
Vamos fazer vida
Vida num deserto

Entre penedias
E vales medonhos
Onde nem por sonhos
Lembram alegrias

Não haja mais ver,
Quem fale, quem veja;
Tudo, tudo seja
Chorar, e gemer.

Vamos ver da serra
Do monte deserto
O Céu mais de perto,
De mais longe a terra.


Ver o céu de mais perto, de mais longe a terra ” – eis o autêntico motivo…”a purificação da alma, conduzindo a uma passividade onde a vontade se perde em função de uma mais visível aproximação de Deus.

Em 1964, num encontro de Natal, o António Salvado ofereceu-me o último livro que havia publicado.

Leituras II - 1994


Diz ele, logo de início que: “Em Leituras II se juntam quatro textos que serviram de prefácio a igual número de antologias por nós organizadas: Antologia da Poesia Feminina Portuguesa (1972), Anunciação e Natal na Poesia Portuguesa (1968), A Paixão de Cristo na Poesia Portuguesa (1969) e A Virgem Maria na Poesia Portuguesa (1970).

Foi simpática a dedicatória que ali escreveu naquele Natal de 1964:


Dedicatória em "Leituras II"


.Numa Antologia que editou em 1985, e me enviou para Setúbal,

Antologia - 1985

o António Salvado escreveu “umas linhas” que me enterneceram por recordarem factos que “também (tão bem!) conhecíamos”…


Dedicatória de Antologia/85

Lembro-me de lhe ter respondido, tarde e a más horas
"O espaço é grande… E tão pequeno é, quando me lembro do tempo em que ansiavas o futuro já tão perto então!
Esses instantes, que tu e nós também (tão bem…) conhecemos do passado, projectados no futuro que agora vivemos, dão-nos a ternura das recordações que tentamos, de certa forma, voltar de novo a viver…
A lacuna que havia aqui em casa, até há pouco tempo, está agora ultrapassada com os livros que tivesta a amabilidade de enviar-me.
O agradecimento é que pecou pela demora, mas isso eu espero que me perdoes.
Um abraço do amigo de sempre
J.J."

27 abril 2007

Um almoço no Fialho

09/11/1996

Depois de ter lido o jornal no Café do Beijinho durante um tempo que parecia não querer passar, vou para junto da casa do Flórido à espera que as 11h cheguem depressa...
Pouco tempo depois o Flórido e a Aida estavam junto do "minibus" e logo a seguir a Luísa Neto chegava com a Ana Paula, tendo encostado o carro ao lado do meu.

A Ana Paula trazia a notícia de que a Filomena não vinha connosco porque tinha piorado do ferimento que tinha no lábio resultante de uma cabeçada inadvertida do Pedro, no domingo passado. Foi uma pena perdermos assim a companhia da Filomena.
Fomos directamente para a Escola do Viso para recolher a Fátima que combinara sair mais cedo do curso de Informática. Deixámos a Luísa, a Aida e a Ana Paula tomando café num barzito próximo da Escola e fomos, eu e o Flórido, esperar com o "autocarro" a saída da Fátima, mesmo junto do portão da Escola do Viso.
Não nos castigou muito tempo... Apareceu logo em seguida. Recolhemos as "cafezeiras" e descemos até à Avenida Todi rumo à Estrada de Graça e direitos à auto-estrada.
Não teve muita história a viagem para Évora.

Tentámos pôr a Luísa Neto a falar... mas ela segurou se bem. Vinha lá atrás, com a Ana Paula. No banco do meio vinham a Aida, atrás de mim, e a Fátima, à frente da irmã. E assim quando ela (a Luísa ) queria, falava a meio tom e nada ouvíamos cá na frente... Lavrámos o nosso protesto, eu e o Flórido, mas não havia nada a fazer... Quando elas queriam, só elas entravam na conversa... Algumas das vezes, a Fátima ou a Ana Paula, traduziam para nós algumas das piadas da Luísa, mas é sempre mais gratificante ouvir a versão original...

A entrada em Évora aconteceu já depois das 13 horas e tivemos alguma dificuldade em encontrar a Praça do Giraldo o que finalmente conseguimos, até com uma certa felicidade, na medida em que estava um lugar de estacionamento, ali mesmo, à nossa espera...
Depois foi a caminhada, a pé, até ao Fialho, não sem que antes fizéssemos a fotografia do grupo, ali mesmo, com a Igreja por fundo.
Na Praça do Giraldo, a Aida, a Luisa Neto, o Flórido, a Ana Paula e a Fátima Barros

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Restaurante Fialho - Évora. Travessa das Mascarenhas, 16

À entrada para o "Fialho", o fotógrafo foi o Flórido.

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Ao Fialho, a este Fialho dos irmãos Amor e Gabriel, tem que se ir pelo menos uma vez na vida e com muito apetite. Manda na casa a gastronomia e os vinhos alentejanos, cultivados ambos, com grande maestria. A petisqueira de entrada é arrasadora, e os pratos de resistência também: sopa de cação, poejada de bacalhau, sopa de beldroegas (no seu tempo) com queijo, sopa de peixe, ensopado de borrego, pezinhos de porco de coentrada, carne de porco com amêijoas, perdiz à Convento da Cartuxa e sopa de panela, entre elas, na época de caça, uma de pombo que é de truz. Os queijos são bons. Os doces, receitas dos antigos conventos alentejanos, são de gritos.

Já no Restaurante aguardámos que um dos irmãos nos arranjasse uma mesa, o que aconteceu passados cinco minutos.
Enquanto esperávamos, de pé, junto do balcão, deu para ver os circunstantes gastrónomos, entre os quais, na primeira mesa logo à entrada, sobressaía o Dr. Fernando Teixeira, ilustre médico analista, com um magnífico Laboratório de Análises, na rua Rodrigues Sampaio, conceituado crítico tauromáquico e ex-Grão Mestre da Loja Maçónica do Grande Oriente Lusitano...
Nas outras mesas, nesta primeira sala, algumas famílias com ar lavado e próspero...
Um pouco mais tarde, e já na sala onde almoçámos, demos conta da entrada do deputado José Lamego, do PS.

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Pouco tempo depois fomos convidados a avançar para a sala ao lado, onde nos haviam preparado a mesa do centro, um pouco de nada apertada entre as outras e a mesa das frutas, onde sobressaíam alguns abacaxis... Mas acomodámo-nos a contento.
Sete cabeças de veados com armações correspondentes a várias idades de "pecado", ornamentavam as paredes da sala onde nos encontrávamos agora... Por baixo de algumas delas, alguns casais ou grupos deliciavam-se com os divinos manjares postos à sua disposição por um "maître" que é, com certeza, um "expert" na arte que escolheu...
Fomos muito bem tratados!...Mas fizemos muito por isso... A escolha recaiu em três pratos diferente.
Bifes de Javali para o Casal Flórido,
Borrego para a Fátima e para a Ana Paula e
Cação para a Luísa Neto e para mim.
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Entretanto, foram chegando as entradas. Muitas e muito variadas... com o "maître" a abusar da situação, perante a complacência de todos nós, que estávamos encantados, não apenas com o ambiente "raffinée" emprestado pelos presentes...mas, principalmente, com o ambiente, muito divertido e cheio de encanto, que pairava na nossa mesa. Mesa essa em que os homens tomaram a cabeceira...
O Flórido, de costas para a rua, tinha à sua direita a Ana Paula e à esquerda a Aida; eu, de costas para a entrada da sala, tinha à minha direita a Luísa Neto e à minha esquerda a Fátima Barros.
O vinho tardou um pouco, mas quando apareceu, mostrou-se de grande categoria. Uma garrafa de "Cartuxa – Évora VQPRD Tinto Colheita de 1994"
... Macio, suave, acetinado, 12,5º... uma pequena preciosidade a pedir a presença de uma "irrmã gémea" após a morte da primeira...
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A série de "entradas" foi também de assinalar!
1 pratinho de "lascas" de presunto
1 pratinho de grão com bacalhau
1 pratinho de feijão com atum
1 pratinho de ovas de peixe com ovo cosido
1 pratinho de ovos de codorniz com rodelas de chouriço
( Oh! Flórido... Tu ainda te lembras destes ovos do codorniz?!...)
1 pratinho de pimentos verdes em calda de ...??
1 pratinho de empadinhas
1 pratinho com creme de sapateira
1 pratinho de esparregado
O "Maître", à medida que nos ia trazendo todos estes pratinhos, ( e na minha modesta opinião ), ia sofrendo, numa evolução regressiva, a transformação de "Maître passé"... em "Maître fripon"!!!
Já no final, e enquanto escolhíamos as sobremesas, ainda nos carregou para a mesa com
1 pratinho de "queijinhos de ovos" e
1 pratinho de "queijadas" ...já muito "à pressão"...
Quanto aos doces que acabámos por escolher serviram-nos um Doce Fidalgo, muito bom mas também um tanto enjoativo, que todos comemos com excepção da Luísa Neto que se delambeu com um tal "Doce Pão de Ralo". Quanto à Dona Aida, ela não quis entrar em guloseimas...
O "Maître" achou por bem entregar a "carteira", com a "conta calada" lá dentro, à Dona Fátima. Achou que ela seria a mais respeitável das criaturas ali presentes...
A Fátima abriu a "carteira", olhou, mirou... e remirou a pequena tira de papel e, sem gaguejar, mas falando muito pausadamente, e a meio tom, meneando a cabeça em tom reprovador, sentenciou:
"É carote!!! Mas foi muito bom... Valeu a pena!"
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Depois foram as despedidas com o Fialho, junto à porta a perguntar se tudo tinha corrido bem, se tínhamos sido bem servidos... Aquelas coisas, do costume, que dão nome às boas casas...

Duas fotografias à porta e rumámos direitos ao Templo de Diana, a pé, para remoer aquele almoço memorável...

Foto já depois do almoço, junto ao Templo de Diana.

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Logo em seguida entrámos "numa de misticismo"...
Visitámos a Sé, ali em baixo, logo a seguir... Uma música celestial, de órgão, vinda de dentro, foi o chamariz...
Ali nos demorámos um bom bocado descansando a mente numa penumbra de luz filtrada pelos "
janelões góticos de duas luzes e óculos trilobados situados no tambor, de planta octogonal, da mais bela torre-lanterna construída em terras portuguesas".
A Catedral de Évora "foi dedicada a Santa Maria e foi o primeiro edifício católico fundado entre Tejo e Odiana, nos derradeiros anos do séc.12" (Vê Doutora! Vê!... Isto não podia ser do século 16...)
Embora a planta seja de estilo românico, "quer a estrutura quer a decoração, pertencem à nascente arte gótica, evidenciada na imponente nave central, de altas abóbadas, e nos belos arcos ogivais. O trifório de arcos quebrados ( galeria estreita sobre as naves laterais ), que corre ao longo das paredes, foi inspirado no da Sé de Lisboa".
A Capela-mor, desenhada pelo mesmo arquitecto do Convento de Mafra, João Frederico Ludovice, concebida na tradição clássica românica, é totalmente forrada por mármores polícromos portugueses e italianos.

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Apesar da luminosidade limitada tive a oportunidade de fazer uma fotografia muito bonita que é umas d "As minhas fotos preferidas"...
A Roseta e o candelabro

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Descemos depois até à Praça do Giraldo onde havíamos deixado o Minibus. Aí, as meninas" aproveitaram para se dessedentarem, entrando num café da Praça e, enquanto isso, dou com o Armindo Taborda, já um Alentejano "chapado", passeando no "miolo da Praça do Giraldo". Fui ao carro buscar as fotografias que tinha prometido levar-lhe (e já suponha ter de trazer de novo para Setúbal...) e lá fui ter com ele ao meio da Praça, onde conversámos durante uns momentos, até as minhas companheiras terem acabado de tomar as bebidas frescas, no café.

O saudoso Armindo Taborda, Amigoda Juventude e Professor na Universidade de Évora

Depois foram as despedidas e o início do regresso para Setúbal.
À saída de Évora, a Fátima voltou a referir, à direita Bairro Social que deu um prémio internacional ao Arquitecto Siza Vieira. O Flórido desviou da estrada e aproximou-se do Bairro para que o víssemos de perto. Que desilusão!! Que coisa horrorosa!!! Lembrei-me logo do bairro social de Idanha a Nova...e do prémio, também europeu, que o Luis Grilo ganhou com ele!

O Bairro do Siza Vieira em Évora (foto Net)

Não há comparação possível! Nem posso crer que "aquilo" que vi na Malagueira seja da autoria do Sisa... Viva o Arq.Luis Grilo!!! Também é verdade que o Joaquim Morão não deixaria construir uma coisa daquelas lá na terra dele... ao contrário do "presidente" de Évora que deixou erguer aquele amontoado de casas só pela "ressonância" do nome do arquitecto que o idealizou...

Bairro Social em Idanha a Nova (foto em 11.Jun.1994)
O Arq.Luis Marçal Grilo, à esquerda, com um grupo de amigos.


O Arq. Luís Marçal Grilo, em Junho de 1994

Um abraço, Luís!

26 abril 2007

Beira Baixa - Notícias de 1952 - Maio

5 de Abril
União Nacional - Comissão Distrital
Ficaram eleitos como efectivos os senhores:
Dr. António Correia
Dr. José Augusto Pinto da Rocha
Dr. José Ranito Baltazar
Dr. Simplício Barreto Magro
Fernando Maia Aguiar (suplente)


5 de Abril
Novo estabelecimento
No dia 1 do corrente abriu em Castelo Branco uma nova casa de rádio denominada Rádio Técnica da Beira, na rua J.A.Morão, nº 86. O seu proprietário é o sr. Américo Nunes dos Reis que está de parabéns. (era o Pai do nosso colega e Amigo Rui de Oliveira Nunes, o “Rónias”)


10 de Maio
Inauguração da Estátua de Nuno Álvares Pereira
No dia 3 do corrente realizou-se no Liceu de Castelo Branco a inauguração da estátua do Santo Condestável, no átrio do Edifício.



Reconhecem-se, à esquerda, o Dr. José Lopes Dias e, à direita, o Capitão Carreto, que era o comandante da P.S.P., o Dr.Augusto Duarte Beirão, Presidente da Câmara, D. António Ferreira Gomes, Bispo de Castelo Branco e Portalegre, o Dr. Joaquim Sérvulo Correia, ex-Reitor do Liceu e o "mentor" da Estátua inaugurada e o Dr. Alberto Trindade. À esquerda, ao fundo e lá no alto, o Luís Nuno Ferraz de Oliveira.
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A cerimónia revestiu-se da maior solenidade e a ela assistiram, além do Corpo Docente e Alunos do Liceu, as autoridades civis, militares e eclesiásticas.. Proferiram discursos alusivos ao acto e ao alto significado da cerimónia, o Reitor do nosso Liceu sr. Dr. Gomes de Pina, o Dr. Sérvulo Correia, antigo Reitor e autor da iniciativa agora realizada, e sua Exª Revª o Bispo de Portalegre, D. António Ferreira Gomes que, por fim, acolitado pelo Revº Pároco de Castelo Branco, Padre Assunção Jorge, benzeu a Estátua.


O Sr.Videira, contínuo do Liceu, é a figura central desta foto, logo a seguir ao Santo Condestável.
Depois sãos os porta-estandartes: a Susana Vaz Oliveira e o António Morgado
No meio desta pequena "multidão" ainda podemos identificar a Graça Candeias Martinho, a Maria de Jesus, a Maria do Carmo Severino Beirão (meio encoberta atrás do sr.Videira), o Armando Lourenço Rodrigues, o Augusto Gomes e o Manuel Tavares Monteiro.

A Estátua assente num pedestal de granito regional constitui uma obra muito apreciável de escultura e dá uma ideia perfeita da alta figura que representa. Fê-la o distinto escultor Raul Xavier que também estava presente e foi muito felicitado.


10 de Maio
Na noite desse mesmo dia, os alunos do 7ºAno fizeram a sua festa no Salão do Ginásio do Liceu com a representação de uma peça alusiva à figura de Nun' Álvares, de que foi ensaiador o distinto professor do nosso Liceu, sr. Dr. João do Nascimento Mansinho, recitações e bailados, estes ensaiados pela professora srª D. Maria Sofia de Vasconcelos Guimarães ( Riba Tâmega)
O Orfeão do Liceu que foi ensaiado pela srª D. Maria de Lurdes da Conceição Monteiro, professora de Canto Coral da Secção masculina, fez-se ouvir em vários trechos do seu escolhido reportório.


17 de Maio
Com a data de 10 de Maio foi recebida na Presidência da Câmara de Castelo Branco o seguinte e amável ofício:

El Alcaide de Cáceres Procurador en Cortes
Exmº Sr. Presidente de la Câmara Municipal
Castelo Branco

Distinguido Sr. mio y compañero:
Las professoras y Alumnas de la Normal de esta capital que han realizado una excursion a esa bella Ciudad de la que es Vd. jefe Administrativo, vienem encantadas del trato que com exquisita delicadeza les han rendido Autoridades, Corporaciones y vecindario de Castelo Branco, cumpliéndome la obligación de mostrarle mi sincero agradecimiento y expressarle la seguridad de que Cáceres desea se presente la oportunidad de corresponde a tan finas atenciones.
Me es grato afrecerme suyo
S. y Compañero q.e.s.m.
Firmado: Francisco Elviro Meseguer
10 -- Mayo – 1952


17 de Maio
Dr.Jorge Seabra
Recordando o passado "Uma trupe."

24 de Maio
Morre em Lisboa o estudante João Augusto Sarafana Maia Aguiar; tinha apenas 18 anos.

31 de Maio
Orfeão de Leiria
No Cine Teatro Vaz Preto exibiu-se na 2ªfeira passada, em espectáculo de benefício à Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, o Orfeão de Leiria e o seu Grupo dramático.
Fez a apresentação o sr.Dr.Frade Correia e foi madrinha a menina Maria da Piedade Lencastre.
A casa estava cheia e o espectáculo agradou, tendo o Orfeão da distinta direcção do sr.Dr.José Pais de Almeida e Silva correspondido à grande fama de que geralmente goza.

24 abril 2007

As minhas fotos preferidas

Roseta e candelabro na Sé de Évora

Foto obtida em 9 de Novembro de 1996

23 abril 2007

Setubalense - 1951 - Maio

05-05-1951
O II Centenário do poeta setubalense Tomás António dos Santos Silva foi ontem evocado pela Câmara Municipal numa conferência proferida pelo sr. Dr. Hernani Cidade.

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09-05-1951
Crise
Em Setúbal desenha-se há longo tempo uma situação económica nada agradável, agravada, claro, com o preço dos comestíveis especialmente no mercado abastecedor.

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12-05-1951
Álvaro Perdigão expõe nas Belas Artes.
Todos os leitores o conhecem. O Álvaro foi sempre um belo rapaz, uma jóia mesmo. Há muitos anos - nem já nos lembra quantos - começou a pintar e, com Celestino Alves, Luciano e Carlos Alberto, formaram como que um cenáculo artístico a que o Setubalense deu então todo o seu concurso. ...Depois cada um seguiu o seu destino, repleto de triunfos, mas também com bastantes espinhos. Perdigão esteve há pouco na Ilha da Madeira. Um sucesso. Rica exposição de que os jornais do Funchal falaram muito.
Agora voltou a expor na Sociedade Nacional de Belas Artes.
Inaugurou o certame, S. Exª o Sr. Subsecretário de Estado da Justiça.
Outro sucesso na pintura.
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19-05-1951
Coronel Augusto de Carvalho
..Foi promovido a Coronel e colocado como Chefe do Distrito de Recrutamento e Mobilização nº11, o nosso distinto Amigo sr. Augusto de Carvalho que, até quarta feira, foi o 2ºComandante do R.I.11. Quando S.Exª, em 1922 veio para Setúbal, tinha, apenas, um ano de tenente, tendo aqui feito a sua carreira. Além de militar distinto, Sua Exª é um conceituado professor, sendo ainda Director de Externato "Frei Agostinho da Cruz".
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26-05-1951
As "Bodas de prata" do Distrito.
A Comissão executiva das Comemorações é assim constituída:
Dr. Miguel Rodrigues Bastos
Dr. João Neves
Eng. Pereira Beija
Eng. Luis da Fonseca
Eng. Jorge Sequeira
Cap. Jacinto Frade
sr. Guilherme Faria
sr. Mário Ledo
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30-05-1951
Enlace Matrimonial
Na Capela do Sr. Jesus do Bonfim, efectuou-se o enlace matrimonial de D. Maria Paulina Forte Faria...com o sr. Carlos Afonso Albino Gonçalves.

22 abril 2007

As "garotas" de Bosch Penalva

A revista "Can-Can" nº3, saída em 20 de Junho de 1959
apresentava uma capa com esta "garota".


Desenho do catalão Bosch Penalva

Ao lado, a figura ridícula de homem lançado por terra com um "rolo da massa" enfiado na cabeça e "vendo as estrelas" por todos os lados, diz, desanimado:
- Calculem! Só porque lhe pedi um pêssego...

21 abril 2007

20 abril 2007

Poema de António Lobo Antunes

A GRIPE E OS HOMENS ...

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai Lurdes que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior,
Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai Lurdes, Lurdes nem dás por nada.
Faz-me tisanas e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sozinho a apodrecer,
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer.


                                                 António Lobo Antunes


Nascido em Lisboa, em 1 de Setembro de 1942. é licenciado em Medicina com especialização em Psiquiatria. 
Esteve destacado em Angola, entre1970 e 1973, durante a fase final da guerra colonial portuguesa. A sua experiência de guerra inspirou muitos dos seus livros. Quando regressou a Portugal, trabalhou no hospital psiquiátrico Miguel Bombarda.
Actualmente vive em Lisboa, mas já não exerce medicina, dedicando-se em exclusivo à escrita.
Em 2007, é-lhe atribuído o Prémio Camões, o mais importante galardão literário de Língua Portuguesa.

19 abril 2007

Setúbal de outros tempos...

A Rua General Daniel de Sousa (prolongamente) antes da sua abertura à Avenida Luisa Todi.(foto de Américo Ribeiro)

Ao fundo, à direita, vê-se o acesso, ainda existente, à Fonte Nova. O edifício da Ford, que não se vê nesta foto, fica à nossa esquerda, logo a seguir ao automóvel branco em primeiro plano.

18 abril 2007

Os Livros de Despedida - 1952

O Curso de 1951/52
A capa do Livro

Os "poetas" deste Livro de Despedida foram bastantes, mas destacamos o Carlos de Castro, com uma duzia de versos a outros tantos colegas, o Geraldes de Carvalho com cinco e o António Vinagre com quatro colegas a quem dedicou os versos.

Devo assinalar que pela primeira vez, o António Forte Salvado, que andava no ainda no 6ºAno, surge com uns versos dedicados ao nosso comum Amigo Armando Rocha.
Muitos anos depois o António Salvado... fez-se o grande Poeta que é hoje!

As Caricaturas são todas do Adelino Robalo Cordeiro!

Vamos mostrar hoje, apenas um grupo de Alunos deste grupo de Finalistas que estavam nas alíneas das Letras. Num próximo dia falaremos dos alunos deste ano que enveredaram pela área de Ciências.


A Manuela das Santos Monteiro
Cabeleira loira qual sol fulgente
Lá no cimo duns saltos de respeito
Falando alto e pelos cotovelos...
E está o esboço da Manuela feito!


Sempre a sorrir e muito bem disposta!
Não julguem que exagero... e mesmo assim

Só lhe desaparece esta alegria
Quando vê diante um livro de latim...

A Manuela Monteiro, em 3 de Maio de 1980

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A Maria Leonor Romão Dias Carreiro

Não gosta de Castelo Branco
Acha isto do pior...
Afirma que Salvaterra
É trinta vezes melhor!

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A Maria da Luz Romana Galvão
Aí vem ela, a esbelta figurinha
Sempre arranjando a negra cabeleira
Pois não sabem quem é? Eu lhes direi:
É a Luzinha, a nossa companheira

Mas olhem que além dos caracóis
A Luz tem preocupações mais elevadas
Daqui a uns anitos conta ser
A Drª Galvão advogada…

A Maria da Luz não foi Advogada… mas foi uma boa Professora de Inglês!
Faleceu há pouco tempo…

A Maria da Luz Romana Galvão, em 15 de Maio de 1993
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O António Campos Monteiro Romão Nasceu em Salvaterra este primor
E de lá veio um dia p’ró Liceu
E com tal sobretudo apareceu
Que o rapaz causou logo algum furor


(…)
Menina:

Você gosta do Romão?
E acha que ele deve ser
Para si um partidão?
Se assim é, vá procurá-lo:
Certamente deve estar,
Repimpado no cinema
Ou a jogar o bilhar!

António Monteiro Romão, em 9 de Maio de 1986
Foi meu colega de Estágio no Liceu Pedro Nunes e foi Professor de História no Colégio Militar

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O Mário Coelho Ferraz de Oliveira
Quer seguir magistratura
E de forte não lhe falta…
Mas se um dia “calha à malta”
Responder no Tribunal
Lembrará com amargura(?)
Este colega fatal…


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O Armando José Rocha Ribeiro

Armando Rocha Ribeiro
Que ao lado está retratado
Nasceu em Castelo Branco
Tocando e cantando o fado…


São versos do Anforsal (António Forte Salvado)

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O Carlos Garcia de CastroSilêncio! Vai entrar em cena o trovador.
Os olhos traz errantes, o coração em dor.
A voz é magoada, ou forte qual trovão.
O gesto é largo e abrange o firmamento e o chão.

(Os versos são do Geraldes de Carvalho)

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Faziam parte deste Curso outros nossos amigos de que vamos deixar apenas os Nomes e as Caricaturas respectivas:

A Maria Doroteia Dias Coutinho (Tateia)

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O António Vinagre da Silveira

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O Joaquim Chito Rodrigues


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O João Maria Serejo Goulão

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O Vasco Maia Aguiar Almeida Esteves

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O Rui de Oliveira Costa

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O Júlio Martins Ascensão