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28 setembro 2007

Santana vs Mourinho

Ainda no Público de hoje.

Na secção Cartas ao Director aparece um "título" um pouco descabido já que Mourinho é alheio ao que se passou nos estúdios da Sic Notícias.
Devo dizer que, por motivos que nada têm a ver com o futebol, gosto mil vezes mais do Zé Mário Mourinho do que do Pedro Santana Lopes.
Devo, no entanto, felicitar a atitude de Santana Lopes e acho que o incidente ocorrido ontem na Sic devia ser o ponto de partida para um debate e para a "revolução" que urge ser feita na "informação" a que temos direito!

Diz o leitor João Nuno Arroja Neves:
"Santana Lopes abandonou ontem um debate na Sic Notícias por ter sido interrompido por um directo sobre a chegada de Mourinho ao Aeroporto de Lisboa. A reacção talvez tenha sido exagerada, mas pode ser que tenha o efeito de lançar a discussão sobre a realidade do nosso jornalismo televisivo.
Lembro-me de telejornais na RTP1 em que a duração era de 30 minutos. A informação essencial era dada e o desporto só chegava pelas 20h 25m. Hoje temos telejornais de 90 minutos, onde 2/3 são constituídos por informação tipo "encher chouriços", directos que nada acrescentam, informações irrelevantes, sensacionalismo bacoco e comentadores da treta.
E o poder dos media já é tão grande que quem quiser ser notícia a sério tem de fazer uma declaração logo a seguir às 20h! Caso o faça pelas 19h, terá direito a uma peça de 2 minutos... Assim, enquanto não disser o fundamental da sua mensagem, terá o seu tempo de antena... que poderá demorar longos minutos.
José Mourinho deu uma entrevista na semana passada perto das 19 h a vários órgãos de informação e como não tiveram tempo de montar a peça, a SIC transmitiu a entrevista, na íntegra, das 20h às 20h 25!
A submissão de todos às directrizes dos media é inquietante. Os órgãos de informação é que lideram a agenda política em Portugal. E ninguém se opõe. Criam heróis e destroem-nos com a mesma facilidade. Por tudo isto pode ser que a atitude de Pedro Santana Lopes ponha o país a reflectir. Infelizmente, penso que se vão centrar no episódio em si, nos seus antecedentes mediáticos, que o que ele pretende é protagonismo, etc. É o país que temos...
João Nuno Correia Arroja Neves"

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