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20 maio 2007

Há disto em todo o lado...

Um pequeno apontamento no "Provedor do Leitor"
Público, em 20.Maio.2007


É do fotógrafo Joaquim Cardoso Dias o lamento que foi publicado no Blogue de Rui Araújo e que, a este, serviu de base para o seu apontamento na edição do “Provedor do Leitor” do Público que hoje surgiu no nosso Jornal.
Diz o fotógrafo:
“No passado dia 11 de Maio de 2007, e como é habitual, comprei um exemplar do PÚBLICO.
(…) ainda na rua folheava, por acaso, o Ípsilon fico surpreendido com uma fotografia inserida na página 19, ilustrando um artigo de fundo com o título ‘O cantautor infame’ da autoria de Joana Amaral Cardoso.
Essa fotografia é-me muito familiar porque sou eu o autor dessa imagem. A fotografia que me refiro é do cantor Nuno Guerreiro.

Chego a casa… e entro na net. No ‘Google’ escrevo o link ‘NUNO GUERREIRO À CONVERSA COM JOAQUIM CARDOSO DIAS’ e imediatamente aparece a fotografia e a entrevista que realizei há alguns anos ao Nuno Guerreiro e que foi publicada no ‘Ensino Magazine’. A fotografia estava diferente, mas mesmo assim a reconheci. Fiquei magoado, ofendido, surpreendido... Nem sei exactamente explicar como me senti e como me sinto ao escrever este testemunho.
É lamentável e profundamente desonesto que um jornal como o PÚBLICO faça semelhante atentado aos direitos de autor de alguém que escreve, fotografa e publica livros como eu – mesmo que eu fosse alguém anónimo merecia o mesmo respeito e consideração. Mas se o furto em si mesmo dessa fotografia é grave – mais grave é ainda essa fotografia ter sido manipulada como que para disfarçar o roubo; para camuflar a apropriação, o furto, roubo de algo que não lhes pertence. Isso é verdadeiramente infame. Agiram com má fé. Comportaram-se como
verdadeiros impostores.

Apelidaram, no artigo, o George Michael de infame. Resta-me dizer que infames são os autores deste roubo – autora do texto e chefes de Redacção e sei lá mais quem. Já falei com amigos jornalistas e fotógrafos que me aconselharam a fazer um escândalo. Mas sou ponderado. Não gosto de ondas. Tento sempre procurar dias de mar calmo para navegar e fugir às tempestades que outros têm prazer em provocar.Para concluir, acrescento que este lamentável acontecimento me entristeceu e revoltou imenso. Nunca imaginei que o jornal PÚBLICO fosse capaz de tamanha safadeza.escreve Joaquim Cardoso Dias.

Diz o Provedor:
Os reparos são pertinentes.Solicitei um esclarecimento ao editor do suplemento Ípsilon.”

O provedor considera as explicações do editor inaceitáveis.

CONCLUSÃO
Os direitos de autor existem e devem ser respeitados, independentemente do suporte (internet incluída). É uma obrigação legal e é sobretudo um dever ético. As justificações (pressão da hora de fecho, etc.) não podem e não devem servir de desculpa para tudo e mais alguma coisa.

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito obrigado por esta partilha deste caso que espelha o mundo em que vivemos.
Falta de respeito pelos outros e´ gritante.

Um abraço

JCD