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02 maio 2007

Apetece-me dizer bem!

Transcrevo alguns fragmentos do texto que o Prof.Marçal Grilo publicou hoje no Público. Mas vale sempre a pena ler todo o artigo que escreveu!
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"Apetece-me dizer bem. E apetece-me dizer bem das coisas mais diversas, porque da política à economia, da educação à saúde, da investigação científica às empresas é possível que cada um de nós se cruze em Portugal com iniciativas, com projectos ou com meras rotinas que nos satisfazem e nos dão algum orgulho de sermos portugueses.

Prof.Eduardo Marçal Grilo

(…)
Por tudo isto e por muitas outras coisas que podia igualmente enumerar, apetece-me dizer bem! E isto apesar de eu saber que há corrupção, incompetência, desleixo, falta de planeamento, gente sem qualificações em lugares onde não devia estar e muitos outros "pecados" que nos afectam e nos penalizam. Penso, no entanto, que chegou o tempo de dar esperança às pessoas e de dizer que é "possível" fazer avançar e fazer progredir o país porque os exemplos estão aí a mostrar que tudo é possível desde que nos convençamos de que é preciso estudo e trabalho e fazer muito esforço e por vezes muitos sacrifícios para atingir os objectivos desejados.Para aqueles que só ouvem rádio, que só lêem jornais ou que só vêem televisão, a ideia que muitas vezes fica é que o país não existe e que nós os que cá vivemos somos todos uns incapazes que nunca sairemos deste "buraco negro" em que nos querem colocar.Estou cansado da maledicência e da crítica malévola, mas sobretudo do que estou farto é dos políticos, dos jornalistas e dos opinion makers, felizmente nem todos, que só sabem dizer mal e que criticam (muito para além do que é indispensável e necessário num regime democrático onde a crítica deve ser livre), porque, não estando de bem consigo próprios, acabam por desprezar o país em que vivem e tratar todos os outros como cidadãos de "segunda", sem cultura, pouco lidos, desgraduados e talvez mesmo sem a inteligência com que só eles se sentem bafejados.Faz impressão ouvir, ler ou ver todos aqueles que diariamente, para existirem, têm que continuar a criticar zurzindo tudo e todos como se isso os colocasse na História. Ora na História só ficarão os que fizerem alguma coisa e isso só será avaliado e valorado daqui por muitos anos talvez mesmo daqui por algumas décadas.


Nota final:
peço desculpa aos leitores do PÚBLICO (que é um jornal de referência) por este desabafo, mas penso que pelo modo como estamos a evoluir em matéria de opinião divulgada e publicada só conseguiremos recuperar a esperança quando alguém decidir distribuir gratuitamente Prozac e outros antidepressivos dissolvendo-os directamente na água que é distribuída pelos nossos domicílios..."

in.Público, 02.05.07

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