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01 março 2007

O pirilampo e o sapo

Marquesa de Alorna

Nasceu em Lisboa em 1750.
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Neta da Marquesa de Távora justiçada por motivo do atentado contra D.José , foi encerrada no Convento de Chelas, desde os oito anos, enquanto o pai, à ordem de Pombal, cumpria pena de prisão no Forte da Junqueira. Espírito cheio de curiosidade, iluminou-se, ainda no convento, por muitas leituras feitas e palas conversas com pessoas cultas, que a visitavam, entre as quais Filinto Elíseo, seu mestre, a quem ficou devendo o nome arcádico, de Alcipe.
Saiu do convento em 1779 e casou pouco depois com o Conde de Oeynhausen a quem acompanhou no estrangeiro.De grande cultura clássica e conhecendo igualmente as literaturas francesa, inglesa e alemã do seu tempo, deixou uma vasta obra.



.O pirilampo e o sapo

Lustroso um astro volante
Rompera as humildes relvas:
Com seu voo rutilante
Alegrava à noite as selvas.

Mas de vizinho terreno
Saiu de uma cova um sapo,
E despediu-lhe um sopapo
Que o ensopou em veneno.

Ao morrer exclama o triste:
--Que tens tu de que mi acuses?
Que rime em meu seio existe?
Respondeu-lhe: - Porque luzes?

Das “Obras Poéticas”

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